quarta-feira, 17 de julho de 2013

O VELHO E O IDOSO

Mal o ônibus parou no ponto, um velho correu para subir no mesmo, esbarrou nos demais passageiros que esperavam pelo coletivo, subiu na frente de todos, também não esperou que uma senhora descesse, ignorando a regra dos bons cavalheiros, mulheres primeiro, de pronto direcionou seus olhos buscando um lugar para sentar se, mas todos encontravam se ocupados, inclusive os lugares reservados para a terceira idade e deficientes, em um desses bancos uma moça cochilava, o velho aproximou - se no intuito de reclamar seu lugar por direito, desistiu, a jovem garota também gozava do mesmo direito, sua barriga denunciou a gravidez, o velho resmungou algo, atracou se na barra de ferro ficando na passagem sem se incomodar com os demais, o ônibus seguiu seu trajeto, alguns pontos depois novamente parou para que outros usuários subissem, entre eles um idoso, que sem se importar com a lotação do transporte cedeu a sua vez para uma estudante que carregava livros pesados subir, entrando em seguida, cumprimentou o motorista com um “bom dia”, procurou um lugar para não atrapalhar a passagem, o coletivo seguiu sua viagem, o idoso encostou próximo a uma senhora com cabelos grisalhos que estava sentada no assento preferencial, com ela puxou uma saudável conversa sobre um assunto não muito agradável, política, o idoso também atenciosamente ouviu palavras cristãs de um senhor que levava consigo a Bíblia Sagrada, enquanto a viagem prosseguia o idoso era a simpatia em pessoa, interagindo com os outros usuários e o cobrador, se contrapondo á feição fechado do velho que reclamava da má sorte de não encontrar um banco para se sentar, e também sobre outras infelicidades de sua vida, para o velho o caminho foi longo e entediante, custou a chegar ao fim, para o idoso o percurso até o final da linha foi proveitoso e animador, passou rápido, quando a porta do ônibus abriu o velho foi o primeiro a descer com pressa e praguejando baixinho, o idoso despediu se do cobrador e da senhora, esperou com calma a sua vez de descer, com um “obrigado” e um “bom trabalho” agradeceu ao motorista, o velho e o idoso foram pra lados diferentes, o velho correu para mais algumas rodadas do bingo clandestino em que passava seus dias, o idoso por sua vez dirigia se ao cemitério indo visitar o jazigo de sua querida esposa: os dois eram homens solitários, mas cada um tinha o seu jeito de encarar as amarguras da vida.          

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