quarta-feira, 12 de julho de 2017

Valise

Microconto 1

De jaleco branco, valise na mão, dentro mais um recém nascido para a exportação.

Microconto 2

Para realizar seus desejos mais sórdidos retirou de dentro da valise o corpo da amada, antes do coito mórbido encheu a boneca inflável.

Fabiano Sorbara
12/07/2017

Submarino

Microconto 1

Quarenta e nove homens no submarino, quarenta e três dias submersos, sem ver mulher, sem ver uma sereia se quer, o comandante também sofria com a abstinência, reuniu a tripulação e disse:
- O que acontecer aqui, fica aqui!

Microconto 2

Na sexta a noite transformava-se em submarino, submergia em copos de bebidas, só voltava a tona na segunda de manhã.

Fabiano Sorbara
11/07/2017

Condomínio

Microconto 1

A claustrofobia é tão significativa que ele se recusou a morar em um condomínio fechado. Ele agradeceu pela sogra padecer desse mal.

Microconto 2

Em um mês o condomínio aplicou a ele dezenove multas por fazer barulho após as dez da noite. Seu Otaviano passou a dormir de dia.

Fabiano Sorbara
10/07/2017

Brigadeiro

Microconto 1

Na Avenida Brigadeiro Luíz Antônio viu a doçura da vida ir pelos ares.

Microconto 2

Ela é adivinha, consegue ver o futuro na taça de sorvete de brigadeiro.
- Eu vou engordar! - Eu vou engordar!

Fabiano Sorbara
09/07/2017

Alumínio

Microconto 1

Vende latinhas de alumínio vazias para comprar as cheias.

Microconto 2

Por azar não deu para diferenciar prata de alumínio, pra sorte do lobisomem.

Fabiano Sorbara
08/07/2017

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Mostruário

Microconto 1

É um excelente profissional na arte de desenhar e ornamentar o corpo, para provar seu talento tem um vasto mostruário, produzidos com partes de seus clientes.

Microconto 2

Com seu porte fino e elegante, bem trajado, entrou na joalheria, pediu a vendedora para chamar o proprietário do estabelecimento, a ele, solicitou todas as informações sobre as joias do mostruário, de posses delas indagou.
- Agora que sei tudo sobre os produtos que tal me dar um emprego?

Fabiano Sorbara
07/07/2017

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Medalha

Microconto 1

Para Gustavinho foi a maior baba ganhar o concurso de cuspe a distância.

Microconto 2

De repente veio a tona uma estória que seu avô lhe contara quando menino, um tal de Cassius, como forma de protesto, jogou a medalha no rio. Foi o que fez, jogou a medalha no rio, não pra protestar, mas pra fugir do flagrante.

Fabiano Sorbara
06/07/2017

Arte Digital - Digital Art


quarta-feira, 5 de julho de 2017

Ponteiro

Microconto 1

Esse realmente não bate bem dos ponteiros, é o único relógio que volta no tempo.

Microconto 2

Quanto o ponteiro do hidrômetro marcou 3.777.982 metros cúbicos, pensando em economizar, São Pedro fechou a torneira.

Fabiano Sorbara
05/07/2017

Lago

Microconto 1

Partilhavam o mesmo ideal, o amor pela natureza! Por isso marcaram um grande encontro. Como eram seres livres e pensamentos naturistas tiraram suas vestes para um banho coletivo, um dia de sol e a água quente do lago, tudo ótimo, exceto pelas piranhas.

Microconto 2

Nos dias quentes usufruía de seu lago particular, com direito a cachoeira artificial, se quisesse mais diversão, mais sempre aparecia um estraga prazer.
- O mãe; o gato tá dentro da privada de novo!

Fabiano Sorbara
04/07/2017  

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Pote

Microconto 1

No meio da enchente apenas os potes boiavam. Ele desesperado, sem forças, lamentou não ser um.

Microconto 2

Vasculhou todos os armários até encontrar o pote mais bonito, no interior colocou papel picado e flores. Foi ao quintal, cavou um buraco e rezou para Deus receber a alma de seu amiguinho, então tirou o peixe do aquário.

Fabiano Sorbara
03/07/2017

terça-feira, 27 de junho de 2017

Arte Digital - Digital Art


Descontrolada

Tua boca tem açúcar
Teu corpo sal
Entre beijos e lambidas
Descontrolam se
Minha glicemia
E pressão arterial

Fabiano Sorbara

segunda-feira, 26 de junho de 2017

É Inverno

É inverno e você reclama!
Você reclama de levantar cedinho e deixar para trás sua cama quentinha e gostosinha.
Você reclama de ficar peladão antes de entrar embaixo do chuveiro.
Você reclama ao desligar a água quente e agradável do banho.
Você reclama de vestir três, quatro,cinco blusas, pois sua silhueta fica ainda mais gorda.
É inverno e você reclama ao sair de casa e inspirar o ar frio que congela seus plumões.
Você reclama da vermelhidão da nareba, porque todos gozam, te chamando de nariz de palhaço.
Você reclama de voltar para casa e encontrar um prato de sopa de cebola para comer, porque você detesta sopa, ainda mais de cebola.
Você reclama de tudo isso e muito mais, mas se esquece que existem inúmeros seres que não possuem uma cama acolhedora, uma blusa de lã, um chuveiro elétrico ou um prato quente de sopa.
É inverno e você reclama, mas não deveria!

Fabiano Sorbara
21/06/2017

Valor


Serie Pequenos Versos